Glifosato é o nome de um agente químico sintetizado para matar ervas presentes em lavouras. Para tanto, é o principal componente do herbicida Roundup, o mais utilizado no mundo, patenteado e produzido pela gigante empresa Monsanto.
Pois bem, o que acontece é que este composto químico é extremamente tóxico, tão tóxico que é capaz de matar a própria planta que se deseja proteger. Assim sendo, as pessoas não o poderiam utilizar em suas plantações com total segurança; mas a Monsanto, claro, resolveu este problema criando uma espécie de soja transgênica totalmente resistente ao glifosato.
A nova semente de soja é tão ligada ao herbicida que, pasmem, leva o nome de Roundup Ready, que em bom português quer dizer “pronto para o Roundup”. Ou seja, se você agricultor deseja uma maior produtividade e resistência da sua lavoura, compre esta semente de soja que resiste à alta toxicidade do agrotóxico Roundup, a Roundup Ready.
Quer dizer, agora queremos proteger a plantação do veneno que vamos aplicar e não do principal problema que são as pragas? Essa inversão, apesar de ilógica, foi totalmente raciocinada pelo gênio mercadológico da Monsanto, que no final das contas quer que o produtor lhe dê mais dinheiro, por isso vende o pacote semente-herbicida aos produtores. Com isso, não só consegue mais lucros, mas também assegura grade parte do mercado para os seus produtos.
E qual o problema da Monsanto em ser esperta o suficiente para criar um herbicida poderoso e uma planta resistente a ele? Nenhum... exceto quando este herbicida invade o mercado, passa a ser paulatinamente usado em quantidades maiores e sem controle, fazendo com que as pragas combatidas por ele se tornem cada vez mais resistentes, com o qual devemos utilizar mais desse herbicida...
Entendemos o ciclo agora? Para que se tenha uma ideia do avanço desse produto, se dividíssemos todo o agrotóxico usado no Brasil em um ano pela população total, teríamos a incrível quantidade de 5 kg. E para os céticos que pensam que este veneno só fica na lavoura, saibam que se encontra cada vez mais traços desses compostos nos alimentos que chegam à nossa mesa, em especial o famoso glifosato. Ou seja: estamos comendo veneno!
Infinitos são os artigos das mais conceituadas universidades que comprovam a relação do consumo do glifosato ao desenvolvimento de doenças como câncer, Alzheimer, Parkinson e mais recentemente o autismo, doença esta que cresce no mundo a uma velocidade assombrosa, chegando a atingir 1 em cada 68 crianças nascidas nos Estados Unidos e cresce cerca de 120% ao ano.
E não adianta excluir a soja do cardápio, já que a commodity é usada largamente na alimentação de bois, porcos e galinhas. Mesmo assim, o herbicida Roundup também é aplicado em vários outros cultivos, de modo que se torna impossível fugir desse composto somente abdicando de certos alimentos.
Para mudarmos essa situação é preciso que revolucionemos o modo como a nossa sociedade produz seus alimentos, na medida em que cada um modifique seus próprios hábitos, dando preferência a alimentos orgânicos e de procedência natural.
Dia 23 de maio é o dia mundial contra a Monsanto.
Amplie seus conhecimentos sobre o tema:
- “O veneno está na mesa” – documentário (disponível no Youtube);
- “O dilema do onívoro” – livro de Michael Pollan;
- http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Meio-Ambiente/Monsanto-25-doencas-que-podem-ser-causadas-pelo-agrotoxico-glifosato/3/32891
- http://www.nossofuturoroubado.com.br/arquivos/maio_10/glifosato.html
- http://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/ministerio-publico-quer-banir-glifosato-brasil-56002
- http://www.lavanguardia.com/natural/20150322/54428349874/iarc-incluye-glifosato-monsanto-lista-probable-causa-cancer.html